Eu abri um livro ontem, um livro de histórias. Alguns momentos infantis que nós temos em particular quando estamos a sós. Ouvi antigas canções que tanto me embalaram, muito me ninaram naquelas noites mais frias em que não havia ninguém em casa. Eu lembro que costumava me fantasiar fora de época, lembro de sempre ter uma coroa por perto e de fazer inúmeros pedidos a diversos seres mágicos. Hoje de manhã, quando abri os olhos, constatei que o pouco daquela menininha que me sobra está indo embora. Aquele fim de infância que marca a adolescência. Eu percebi que minhas mãos cresceram e que o livro, antes tão grande, hoje se torna pequeno. Eu ainda posso voltar, vez ou outra, para aquele mundinho próprio onde seres mitológicos e princesas compartilham um mesmo espaço e crianças são visitas. Talvez, talvez uma vez, eu volte para relembrar e reler. Sim, relembrar e reler.
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